"I wanted to change the world. But I have found that the only thing one can be sure of changing is oneself" Aldous Huxley
domingo, 11 de outubro de 2009
Telhado ecológico
ECOTELHADO é um telhado vivo que possui vantagens que os telhados “convencionais” não possuem, como:
Qualidade do ar:
Através da fotossíntese e da aderência dos poluentes ao substrato, os telhados verdes agem como purificadores do ar urbano. O telhado vivo é também um aprisionador de carbono.
Benefício Educacional:
O telhado ecológico é a metáfora da sustentabilidade com efeito pedagógico para gerações futuras sendo, portanto, a cobertura ideal para prédios institucionais e escolas.
Proteção do prédio:
A cobertura vegetal em um prédio elimina a concentração de calor evitando a dilatação e protegendo o prédio contra trincas. O substrato absorve também as chuvas ácidas. Estes dois fatores elevam a vida útil da construção.
Pluvial:
Pela retenção de água e diminuição do fluxo a laje vegetada contribui de forma muito significativa no escoamento de água da chuva conforme pode se constatar no estudo do IPH.
Biodiversidade:
Com o crescente desenvolvimento das cidades e de áreas rurais, espécies vegetais e animais têm sido expulsas de seu habitat natural. A cobertura vegetal ou telhado de grama é ferramenta fundamental para a sobrevivência e continuidade da manutenção da vida no conceito urbano que se forma a partir de agora. O telhado ecológico é a solução para cidade moderna.
Acústica:
O teto verde diminue a reverberação ao absorver e isola ruídos.
Aquecimento Global:
O telhado verde diminui significativamente a necessidade de energia para climatização de ambientes, contribuindo assim para a diminuição de emissão de CO2 e de suas conseqüências.
Conforto Térmico:
O telhado verde proporciona excelente conforto ambiental, pois além do isolamento térmico, ele age por evapo-transpiração, perdendo a energia de evaporação da água por ele retida. O telhado vivo também consome energia pela fotossíntese.
Ilhas de calor:
Pela evapo-transpiração auxilia no arrefecimento de centros urbanos. A continuidade dos telhados ecológicos na cidade influi muito significativamente para o conforto ambiental das áreas mais urbanizadas.
Valorização do Prédio:
Pelos seus benefícios confere ao prédio um maior valor no caso de venda.
Arquitetônica:
O telhado ecológico aparece como tendência arquitetônica em um ambiente urbano saturado de concreto, metal e vidro, fazendo um contraponto de cor, vida e renovação. Nova opção de design para indústrias, residências e fachadas devido à variedade de plantas e folhagens possíveis. Cria visual paisagístico em um espaço antes inutilizável. Fácil de instalar, prático e inteligente, totalmente integrado na paisagem. Os telhados verdes ao invés de disputar com a natureza, a usam em benefício da cidade.
Psicológica:
O ser humano reage positivamente a espaços naturais verdes, opondo-se a aridez do concreto e do asfalto. Aumenta o senso de comunidade. Pesquisas apontam a rapidez de curas em hospitais onde os pacientes têm a oportunidade de entrar em contato com áreas verdes. O telhado de grama ou ecológico é a realização da utopia de viver em meio à natureza mesmo cercado de prédios.
Lazer:
No caso de laje plana o telhado de grama se transforma em uma área de lazer.
Produção de Alimentos:
A cobertura verde pode ser aproveitada para horticultura com grandes vantagens principalmente no caso de projetos de casas populares. A produção de alimentos próxima ao consumo, tem sido apontada com elemento de sustentabilidade na idealização da cidade do futuro.
Fonte: Eco Telhado
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
A ALIMENTAÇÃO GLOBALIZADA
Por: Gustavo Duch Guillot (*)
Diário de Navarra
Tradução: Renzo Bassanetti
Agora que muitas formas de introspecção e meditação
pessoal estão no auge – são sâs para o corpo e para a alma -,
deixem-me propor-lhes uma nova modalidade: Procurem um ambiente
tranqüilo, e se quiserem ponham uma música relaxante e comecem a
respirar lentamente, sentindo como o ar entra e sai de seu corpo.
Contarei a história de um pequeno produtor de frangos, mas
que também poderia ser a de um pequeno agricultor de hortaliças, de
um criador de vacas da Galícia, na Espanha ou um de uma plantadora
de arroz sul-coreana. Não importa o local nem sua especialização,
somente um fator comum: ser pequenos ou pequenas produtoras de
alimentos. Bem, inspirem e expirem, fechem os olhos e imaginem que
vocês são a mesma pessoa dessa história, e vamos interiorizando
alguns sentimentos, deixando que eles penetrem no coração.
“Cada vez me custava mais suportar os custos de produção com os
baixos preços que eram pagos pelos meus frangos. Com crise ou sem
crise, o preço da ração para alimenta-los continuava subindo e
também aumentavam os honorários dos veterinários. Lembro que os
açougues aos quais vendia minha produção me diziam que não podiam
pagar mais pelos frangos, e que estavam por fechar as portas, pois no
hipermercado próximo, os preços das aves estavam lá em baixo..
Decidi passar à produção ecológica e assim poder vender a preço
melhor, sem a competição das grandes empresas onde as aves eram
criadas em escala industrial, que como contam com a maior subvenção
das administrações públicas, podem se permitir manter preços de
venda bastante inferiores aos meus. A regra elementar para que os
frangos sejam ecológicos é logicamente que comam rações também
ecológicas. Como há muito poucas empresas que distribuem ração
ecológica e esta é cara demais, pensei em eu mesmo produzir alguma
coisa de grãos para completar a alimentação dos frangos, que
estariam em semi-liberdade, ciscando. Tive que pagar quase uma
fortuna comprando dois hectares próximos à minha propriedade.
Argumentaram que o solo era muita qualidade, por isso o vendiam tão
caro. Bom, um investimento para o futuro, pensei. Plantei milho e tive
duas boas colheitas. Os frangos engordaram em três ou quatro meses e
os açougues voltaram a levar fé em mim e em meus frangos caipiras.
Contudo, me faltava uma certificação burocrática para poder
rotulá-los como ecológicos. Chegaram alguns técnicos e
inspecionaram tudo: a água, as instalações, e quase um a um dos
frangos. Resultado: despacho negando-me a certificação de produto
ecológico, pois o milho apresentava traços de transgenia,
contaminado por lavouras próximas que usavam sementes transgênicas.
E que eu abrisse o olho, pois se as denunciasse, teria que pagar a
empresa produtora de sementes por ter usado seu material
genético.... Minha reconversão durou pouco, por que minha
propriedade me reservava outras surpresas: ela foi desapropriada para
a construção de uma auto-estrada”.
Como vemos, é uma história onde o camponês não pode viver com
seu trabalho, nem tendo vontade de mudar para um modelo sustentável,
necessário urgentemente para o planeta. Tudo está orquestrado para
sua extinção, nos hemisférios Norte e Sul. Tornou-se impossível
sobreviver da agricultura familiar? Certamente não pelas secas,
doenças ou pragas. Consideravelmente mais nefastas e difíceis de
vencer, as pragas que as pequenas propriedades familiares enfrentam
são as neoliberais: o desaparecimento dos mecanismos de regulação
de preços, a falta de serviços técnicos públicos, as políticas
orientadas a apoiar os modelos de agricultura industrial e
corporativa, a concentração da distribuição alimentar em mãos de
quatro ou cinco grandes áreas, a entrada de alimentos subvencionados
que competem deslealmente com a produção local, a não
interiorização dos custos ecológicos de alguns modos de produzir
“alimentos”, a fé cega na tecnologia que leva a uma maior
dependência e assim, uma coisa após outra.
Talvez vocês já tenham experimentado sensações parecidas às de
ser alguém de outro mundo, ou de não contar com ninguém, mas de
depender de tudo externamente, uma dependência que os limita, os
agride, os bloqueia, os asfixia (respire, absorva mais ar, relaxe..),
que os arruíne, que os...
Fim da meditação. Se lhes causou mal estar, desculpem, pois não
era essa a intenção. Esses são alguns dos efeitos da
globalização alimentar. Há outros, mas para esses este exercício
não faz falta, e qualquer consumidor os conhece bem: alimentos
repetidos, insípidos e artificiais. Bom proveito.
(*) Ex-diretor de Veterinários sem Fronteiras e colaborador da
Universidade Rural Paulo Freire.
" A verdadeira viagem de descobrimento consiste em não procurar
novas paisagens, mas em ter novos olhos" Marcel Proust
Texto enviado por e-mail pela lista de discussão GEAI (Grupo de Educação Ambiental da Internet).
Diário de Navarra
Tradução: Renzo Bassanetti
Agora que muitas formas de introspecção e meditação
pessoal estão no auge – são sâs para o corpo e para a alma -,
deixem-me propor-lhes uma nova modalidade: Procurem um ambiente
tranqüilo, e se quiserem ponham uma música relaxante e comecem a
respirar lentamente, sentindo como o ar entra e sai de seu corpo.
Contarei a história de um pequeno produtor de frangos, mas
que também poderia ser a de um pequeno agricultor de hortaliças, de
um criador de vacas da Galícia, na Espanha ou um de uma plantadora
de arroz sul-coreana. Não importa o local nem sua especialização,
somente um fator comum: ser pequenos ou pequenas produtoras de
alimentos. Bem, inspirem e expirem, fechem os olhos e imaginem que
vocês são a mesma pessoa dessa história, e vamos interiorizando
alguns sentimentos, deixando que eles penetrem no coração.
“Cada vez me custava mais suportar os custos de produção com os
baixos preços que eram pagos pelos meus frangos. Com crise ou sem
crise, o preço da ração para alimenta-los continuava subindo e
também aumentavam os honorários dos veterinários. Lembro que os
açougues aos quais vendia minha produção me diziam que não podiam
pagar mais pelos frangos, e que estavam por fechar as portas, pois no
hipermercado próximo, os preços das aves estavam lá em baixo..
Decidi passar à produção ecológica e assim poder vender a preço
melhor, sem a competição das grandes empresas onde as aves eram
criadas em escala industrial, que como contam com a maior subvenção
das administrações públicas, podem se permitir manter preços de
venda bastante inferiores aos meus. A regra elementar para que os
frangos sejam ecológicos é logicamente que comam rações também
ecológicas. Como há muito poucas empresas que distribuem ração
ecológica e esta é cara demais, pensei em eu mesmo produzir alguma
coisa de grãos para completar a alimentação dos frangos, que
estariam em semi-liberdade, ciscando. Tive que pagar quase uma
fortuna comprando dois hectares próximos à minha propriedade.
Argumentaram que o solo era muita qualidade, por isso o vendiam tão
caro. Bom, um investimento para o futuro, pensei. Plantei milho e tive
duas boas colheitas. Os frangos engordaram em três ou quatro meses e
os açougues voltaram a levar fé em mim e em meus frangos caipiras.
Contudo, me faltava uma certificação burocrática para poder
rotulá-los como ecológicos. Chegaram alguns técnicos e
inspecionaram tudo: a água, as instalações, e quase um a um dos
frangos. Resultado: despacho negando-me a certificação de produto
ecológico, pois o milho apresentava traços de transgenia,
contaminado por lavouras próximas que usavam sementes transgênicas.
E que eu abrisse o olho, pois se as denunciasse, teria que pagar a
empresa produtora de sementes por ter usado seu material
genético.... Minha reconversão durou pouco, por que minha
propriedade me reservava outras surpresas: ela foi desapropriada para
a construção de uma auto-estrada”.
Como vemos, é uma história onde o camponês não pode viver com
seu trabalho, nem tendo vontade de mudar para um modelo sustentável,
necessário urgentemente para o planeta. Tudo está orquestrado para
sua extinção, nos hemisférios Norte e Sul. Tornou-se impossível
sobreviver da agricultura familiar? Certamente não pelas secas,
doenças ou pragas. Consideravelmente mais nefastas e difíceis de
vencer, as pragas que as pequenas propriedades familiares enfrentam
são as neoliberais: o desaparecimento dos mecanismos de regulação
de preços, a falta de serviços técnicos públicos, as políticas
orientadas a apoiar os modelos de agricultura industrial e
corporativa, a concentração da distribuição alimentar em mãos de
quatro ou cinco grandes áreas, a entrada de alimentos subvencionados
que competem deslealmente com a produção local, a não
interiorização dos custos ecológicos de alguns modos de produzir
“alimentos”, a fé cega na tecnologia que leva a uma maior
dependência e assim, uma coisa após outra.
Talvez vocês já tenham experimentado sensações parecidas às de
ser alguém de outro mundo, ou de não contar com ninguém, mas de
depender de tudo externamente, uma dependência que os limita, os
agride, os bloqueia, os asfixia (respire, absorva mais ar, relaxe..),
que os arruíne, que os...
Fim da meditação. Se lhes causou mal estar, desculpem, pois não
era essa a intenção. Esses são alguns dos efeitos da
globalização alimentar. Há outros, mas para esses este exercício
não faz falta, e qualquer consumidor os conhece bem: alimentos
repetidos, insípidos e artificiais. Bom proveito.
(*) Ex-diretor de Veterinários sem Fronteiras e colaborador da
Universidade Rural Paulo Freire.
" A verdadeira viagem de descobrimento consiste em não procurar
novas paisagens, mas em ter novos olhos" Marcel Proust
Texto enviado por e-mail pela lista de discussão GEAI (Grupo de Educação Ambiental da Internet).
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